Faço uma pergunta com todo o respeito, aos dirigentes e camaradas: a autocrítica foi abolida do partido?
Quem souber, por favor, me responda, pois acho que estou "por fora do debate".
Melhor. É possível que esteja por fora de qualquer "esquema".
Bom... Se foi extinta, seja por ser antiquada ao novo momento partidário... Tudo bem. Não tem problema, pois faz tanto tempo que não a vejo que já esqueci mesmo do que se trata.
Porém, se está apenas em desuso, como uma lei antiquada, gostaria que me respondessem que lei nova é esta que a aboliu.
É a lei das conveniências?
Se estou sendo abusado, por favor, me desculpem... Faço aqui uma autocrítica, camaradas...
Percebo, acho que intuitivamente, que a autocrítica seja uma forma singela de demonstrar humildade. Ou ainda, uma vez que o partido nasceu dentro da classe operária, tinham aqueles camaradas, num determinado momento da historia deste partido, a noção de que as posições pessoais estavam sempre passivas a erros, enganos, ilusões.
Parece-me, intuitivamente, é claro, que o espírito neocapitalista, fantasiado deste complexo de super-homem, tenha dominado muitos dos camaradas e companheiros dos movimentos de esquerda. Talvez pelo contato tão íntimo com as estruturas fascinantes do poder do Estado.
Faço autocrítica, se estiver errado, ou se for muito abusado...
Não tem problema.
É possível que a autocrítica tenha se tornado um procedimento um tanto quanto infantil, diante de homens tão fortes e tão poderosos. Ou ainda, diante das disputas acirradas por espaços políticos, o ódio endureceu o coração dos camaradas. A proximidade com as estruturas do Estado transpôs o jogo político para as estruturas internas do partido.
Se não for isso, também faço autocrítica.
Porém, como o processo é de debate. Vale a pena arriscar.
Quem sabe, pelo erro, eu acerto.
Saudações.
* Marcelo Ricieri Pinhatari é filiado ao PCdoB de Londrina. Advogado, milita na área da cultura popular. Secretário de comunicação do Partido em Londrina.