O projeto político do Partido é como ele se apresenta ao povo paranaense e propõe sua mobilização e organização.
Sem um projeto político claro, sistemático, concreto, o Partido fica sem o que dizer à sociedade na qual atua, a não ser generalidades do projeto nacional e questões pontuais. Assim, dilui sua participação no cenário político do Estado, confunde-se com outras forças, quando não vai a reboque delas.
O projeto político do PCdoB/PR é a aplicação, na realidade concreta do Estado, da tática nacional do Partido definida para o período.
Partindo-se desse pressuposto, o projeto tem como centro a luta institucional e, no seu contexto, as disputas eleitorais.
Para um Partido revolucionário como o PCdoB, com o forte compromisso estratégico de derrotar o capitalismo em nosso País e substituí-lo pelo socialismo, o núcleo da tática só faz sentido se articulado com a atuação partidária no movimento social e na luta de idéias.
Este é o tripé da ação do Partido. Dependendo do período histórico que se vive, uma assume a principalidade. Mas, em qualquer período, uma não se realiza em plenitude se desarticulada das demais.
Isto significa que, no período atual, a luta eleitoral – central na tática – só se vincula à estratégia socialista (norte fundamental da existência e da ação comunista) e, portanto, só tem sentido, se umbilicalmente ligada à ação do partido no movimento social e na luta de idéias.
O desafio do Partido no Paraná, nesse processo de reconstrução, está em aplicar essa equação nas circunstâncias econômicas, sociais, políticas e culturais do Estado.
Em primeiro lugar, precisamos decidir o alcance temporal do projeto. Poderemos trabalhar numa perspectiva de dez anos, período em que teremos duas eleições municipais e duas para a Presidência, governos estaduais e renovação do Congresso e assembléias legislativas.
Em segundo lugar, precisamos definir onde, no território do Estado, o Partido atuará. Nos maiores municípios. Devemos usar o mesmo critério do CC, elencando cidades com mais de 100 mil habitantes.
Ali o projeto deverá detalhar como o Partido atuará no processo eleitoral, a começar pelo exame imediato das demandas políticas para o pleito municipal de 2012 e pelo planejamento de sua atuação imediata no movimento social e da luta de idéias.
É a articulação dialética dessas três frentes que nos fortalecerá para disputar as eleições de 2012.
Nesse processo o Partido deve produzir uma análise concreta do cenário político local, dela extraindo um conjunto de propostas a serem levadas aos aliados, evitando ficar a reboque destes. Essas propostas permearão o movimento social e o plano da luta de idéias.
O Partido privilegiará sua militância, seus filiados e amigos na indicação de candidatos. O movimento social e o campo da luta de idéias deverá ser fonte primordial para essas indicações.
Isso não exclui que o Partido ofereça legenda a outros, mas desde que estejam no campo progressista e possuam conduta e histórico que não venha manchar a respeitabilidade do Partido.
O nosso projeto deve apontar as medidas necessárias para garantir, nas cidades, a implantação/fortalecimento do Partido, sua maior integração no movimento social e na luta de idéias e um projeto mais especificamente eleitoral, sobretudo com a indicação de nomes com maior potencialidade de votos e de personalidades com densidade política que poderão ingressas em nossas fileiras. Tudo isso, é claro, dentro de uma perspectiva que aponte para uma participação produtiva do Partido o processo político-eleitoral, vista a situação por um ângulo estratégico.
- Nosso horizonte é construir diuturnamente uma chapa própria para deputado estadual nas eleições de 2014. Uma chapa que expresse nossa participação nas câmaras municipais, nos executivos municipais, mas também nossa presença no movimento social e em todas nossas frentes de massas. Desde 1994 caminhamos com o mesmo projeto eleitoral, focado na disputa de deputado Federal. Mas desde 1998 esse projeto não logra êxito. Cada vez mais as eleições de deputado tornam-se regionalizadas e, com um estado com as diversidades culturais, econômicas e sociais que possuímos requer um novo modelo eleitoral.
1) Precisamos estabelecer como projeto prioritário para as eleições de 2014 a eleição de pelo menos um deputado estadual, através de chapa própria. Com isso teremos maior facilidade de atrair novas e sadias lideranças, facilitando o enraizamento partidário nas diversas regiões e cidades pólos. (Com 50 candidatos precisaremos fazer um pelo outro a média de 3.400 votos para eleger um deputado);
2) Para atingirmos esse objetivo em 2014, devemos passar por 2012 sob um novo prisma também. Discutir seriamente, o mais rápido possível, em conjunto (municipal e estadual) se há possibilidades de candidaturas majoritárias em Curitiba, Foz do Iguaçu, Pato Branco, Arapoti, Piraí do Sul e Francisco Alves;
3) Deliberar por chapa de candidatos à vereador em todas as grandes cidades ou cidades pólos como: Curitiba, Londrina, Foz do Iguaçu, Pato Branco, Guarapuava, Cascavel, Ponta Grossa, Cianorte, Colombo, São José dos Pinhais, Araucária, Francisco Alves, Piraí do Sul e Francisco Beltrão. Salvo uma particularidade muito forte ou quando já possuirmos mandato, pois pode haver outras possibilidades de manter o mandato;
Temos que acompanhar os atuais mandatos de vereador, aproximá-los do Partido, estabelecer um processo de acompanhamento e convencimento permanente sobre os princípios de um mandato comunista, além de avaliar as perspectivas de crescimento em todos estes municípios.
Acompanhar com especial atenção o caso de Wenceslau Brás.
Avaliar todos os municípios que o Partido lançou candidatos a vereador em 2008 e não elegeu, preparando e incentivando os candidatos a se apresentarem novamente em 2012 com o objetivo, além da conquista do mandato, de ampliar a influência eleitoral para 2014.
Cuidar e acompanhar os municipais criados a partir de 2008, em sua maioria com energia nova e projetos ambiciosos para 2012, como Foz do Jordão, Dois Vizinhos, Mangueirinha, Itaipulândia e outros.
4) Atenção redobrada e esforço concentrado para Curitiba;
5) Criarmos no secretariado o cargo de secretário de questões institucionais. Para podermos planejar projetos eleitorais com maior profissionalismo e capacidade de acompanhamento. Ex: planilhas de custo de campanha, planejamento de campanha majoritária e proporcional, estatísticas, relatório de realidade local;
O Partido precisa cuidar mais e melhor dos seus quadros criando o Departamento de quadros para um partido maior e com mais protagonismo social. Temos que incentivar, desenvolver, fortalecer e alicerçar todo o nosso crescimento partidário numa substanciosa política de quadros.
- Para fortalecer nosso projeto precisamos promover grandes atos de filiações levando o partido a ter mais capilaridade no tecido social do nosso Estado.
Precisamos cuidar mais e melhor do nosso partido promovendo uma competente gestão, que de conta deste partido de tipo novo que queremos alavancar. Não podemos nos render ao voluntarismo e ao espontaneismo. Planos de gestão baseado em planejamento estratégico, acompanhamento permanente, metas, prazos e métodos de avaliação tem que ser adotados.
Viabilizar o funcionamento das Macro Regionais como um grande intermediário entre as direções municipais e o diretório estadual . As macros terão que se estruturar para ajudar a implementar nosso projeto político. Para tal sugerimos que o território das Macros acompanhe os das Associações de Municípios.
As direções municipais, especialmente das grandes cidades e cidades pólos precisam ser entendidas como nosso centro gravitacional. A efetivação da construção partidária ocorre nos municípios, por isso os nossos esforços devem ser nessa perspectiva.
1) Realizar acompanhamento de perto das grandes cidades e cidades pólos, através de membros do secretariado e coordenadores regionais das Macros, participando periodicamente das reuniões e demais atividades dos municipais;
2) Encontros anuais setoriais são fundamentais. Para o ano de 2011 realizarmos o 1º Encontro Estadual de Organização, o 1º Encontro Estadual de Comunicação e o 1º Encontro Estadual de Finanças, Encontro Estadual de Formação todos ainda no primeiro semestre, se possível;
3) Realizar debates bimestrais com os coordenadores das Macro-Regionais, mesmo que seja a distância, pois esse esforço é fundamental para materializarmos nossas ações e, fortalecer de forma geral as direções municipais do estado ;
4) Realizar o mapeamento de 100 filiados de maior potencialidade, para prepararmos futuros dirigentes partidários, dentro da proposta de política de quadros;
5) Planejarmos como ação de partido, a transição de jovens filiados da juventude para novas funções na estrutura partidária. Pois ainda é através da juventude nossa maior potencialidade de filiação partidária;
6) Para fortalecermos as nossas finanças, debate antigo e de difícil resolução, se faz necessário além das contribuições individuais e de cargos, implementarmos de acordo com nossa aprovação no Pleno de Abril de 2010 e, com todo o rigor estatutário, a contribuição por municipal. Somente com essa medida daríamos um salto nas finanças;
7) Firmar o compromisso de efetivar no Paraná a Escola de formação do partido.
* Elton Barz é filiado ao PCdoB de Ponta Grossa. Professor universitário, coordenador da macrorregião Centro Sul, membro Diretório Municipal de Ponta Grossa, do Comitê Estadual e da Comissão Política Estadual.